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17/06/2014

Rio Verde (GO): Após violentar homossexual a pauladas, rapazes passam com o carro por várias vezes sobre a cabeça da vítima

Apesar de saber, por confirmação de familiares, da orientação homossexual da vítima, polícia civil não considera o crime com motivação por homofobia.


Por Instituto Conscientizar

A cidade de Rio Verde, na região do Sudoeste Goiano, registra seu primeiro "homocídio" (crime de assassinato por motivação homofóbica) deste ano de 2014.


José Domingos Mendes, 61 anos - A vítima.
No período manhã da segunda-feira, 16 de junho, a Policia Militar de Rio Verde encontrou o corpo de José Domingos Mendes, 61 anos. Ele era auxiliar de enfermagem do Hospital Municipal de Rio Verde. O corpo estava em um milharal próximo a BR 060 em uma estrada de terra.

Vestígios deixados no local deixam a suspeita de que o assassino passou o veículo da própria vitima, varias vezes por cima do corpo após tê-lo agredido com várias pauladas. O carro da vítima, um veículo Gol vermelho, foi encontrado abandonado no Setor dos Funcionários.

Agentes do Grupo de Investigações de Homicídios da Policia Civil em Rio Verde (GO), comandados pelo delegado Francisco Lipari Filho, agiram rápido e conseguiram prender os dois rapazes suspeitos de terem assassinado o técnico em enfermagem.

Nilton Oliveira Fernandes, de 21 anos; e Bruno Lima da Silva, de 22 anos, foram presos na tarde da segunda-feira, 16 de junho, e confessaram o crime. De acordo com o delegado, a investigação teve inicio ainda no local onde o corpo foi encontrado. Familiares da vitima informaram a policia que os dois jovens tinham uma relação íntima com o auxiliar de enfermagem. Familiares da vítima disseram à polícia que José Domingos Mendes constantemente saia com os dois rapazes.


Nilton (E) e Bruno (D): os assassinos.
Pelas informações de familiares da vítima, todos os indícios levam a crer que o assassinato foi motivado por homofobia e também por dívida de programas sexuais entre a vítima, que segundo familiares, era homossexual, e os dois supostos garotos de programa. Mesmo assim, a polícia qualificou o crime como sendo latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte.

Os detalhes do crime - De posse do aparelho de telefone celular da vítima, os agentes da Polícia Civil constataram que as ultimas ligações recebidas foram feitas por Bruno Lima. O rapaz foi preso no trabalho dele, um lava-a-jato no centro de Rio Verde. Ainda no local, Bruno dedurou o amigo Nilton Fernandes à polícia, dizendo que o mesmo também participou do crime. Bruno, inclusive, contou à polícia que seu comparsa encontrava-se trabalhando em uma oficina na Vila Maria, também naquela cidade.

Na delegacia os dois jovens confessaram o crime e relataram, em detalhes, como tudo aconteceu. Em nenhum momento, os dois rapazes demostraram arrependimento por terem praticado um assassinato com absurdos requintes de crueldade.


O carro da vítima.

De acordo com a Polícia Civil, o crime aconteceu devido a um desentendimento financeiro entre Nilton Fernandes e o auxiliar de enfermagem. Após atrair José Domingos para o local onde ele seria assassinado, Nilton o atingiu na cabeça com uma forte paulada. Em seguida, houve uma intensa "sessão de espancamento" que contou com a participação do comparsa de Nilton, o Bruno Lima.

Bruno Lima da Silva, um dos assassinos.
A polícia rio-verdense ainda descobriu que, após a vitima desmaiar com a sessão de pauladas, os dois rapazes entraram no carro da própria vítima, sendo que Nilton assumiu a direção do veículo e eles passaram com o carro por quatro vezes sob re sobre a cabeça da vitima, esmagando a cabeça do auxiliar de enfermagem. Em seguida o carro de José Domingues, foi abandonado no Setor dos Funcionários, em Rio Verde (GO).

O corpo da vítima ainda na cena do crime.
Os dois assassinos, supostos garotos de programa, foram autuados em flagrante por latrocínio (roubo seguido de morte) e foram encaminhados à Casa de Prisão Provisória de Rio Verde (GO). Se forem condenados, poderão receber uma pena de até 30 anos de prisão.

Homofobia - O presidente da organização não-governamental (ONG) Instituto Conscientizar, jornalista Terry Marcos Dourado, lamentou mais este bárbaro crime ocorrido em Rio Verde, a mais importante cidade do Sudoeste Goiano. "Este caso bárbaro que choca a todos nós tem todos os elementos de um crime por motivação homofóbica por por homofobia internalizada dos criminosos. Na condição de ativista em defesa dos direitos humanos de LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), repudiamos com veemência que as autoridades policiais, aparentemente, maquiem este crime horrendo e bárbaro, com tamanha crueldade e barbaridade, como sendo um crime por clara, por explícita motivação homofóbica", ressaltou o presidente do Instituto Conscientizar, Terry Marcos Dourado.

Nilton Oliveira Fernandes, um dos assassinos.
Na manhã da quarta-feira, 18 de junho, o Instituto Conscientizar vai notificar formalmente o Conselho Estadual LGBTT de Goiás, da qual é membro; e também a cúpula da Polícia Civil de Goiás, para que tomem as providências cabíveis para sensibilizar as autoridades policiais e judiciárias quanto à constatação e consideração de que, este, trata-se de mais um violento homicídio por homofobia que, lamentavelmente, engrossa a farta contabilidade sangrenta dos crimes de ódio contra a população LGBT registrados no Brasil e que são contabilizados em um grandioso e louvável serviço social público pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) há vários anos.

[Com informações do site Plantão Policial RV (www.plantaopolicialrv.com.br) e da PopMix RádioWeb (www.popmixradioweb.com)  -  Imagens: Site Plantão Policial RV]

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